O roubo da Taça Jules Rimet é um dos capítulos mais pitorescos da história do futebol brasileiro. O crime rende piadas e outras lendas até hoje.

O blog do Manto FC desvendou mais esse mistério do futebol parra você ter assunto na hora da resenha com os amigos.
A Taça

A Taça Jules Rimet foi criada em 1928 pela FIFA. A organização entendeu que o campeão da Copa do Mundo merecia ficar com o troféu até a próxima competição. Existia também uma regra inusitada. Se algum time ganhasse a competição por três vezes, ficaria com a peça de 1, 80 kg de ouro puro.
A FIFA achava pouco provável que isso acontecesse, mas demorou apenas 40 anos para o Brasil realizar o feito.
Primeiro Sumiço da Taça Jules Rimet

A Taça Jules Rimet já havia sido “sequestrada” na Inglaterra em 1966, quatro meses antes da Copa do Mundo. A taça desapareceu de uma exposição em Londres, e os policiais ingleses conseguiram solucionar o caso com a ajuda de um cachorro chamado Pickles, o peludo achou a taça largada em um jardim. O homem que efetuou o roubo acabou ficando dois anos preso, mas sempre afirmou que estava trabalhando a mando de uma terceira pessoa que nunca foi encontrada.
O Roubo na CBF

A Taça Jules Rimet já estava em posse do Brasil desde a conquista de 1970, e ficava exposta em uma vitrine à prova de balas na sede da entidade. Um fato curioso é que existia uma réplica da taça no cofre da sede, altamente protegida.
O ano era 1983, e Sérgio Pereira Ayres, na época o representante do clube Atlético Mineiro na CBF, viu a fragilidade de um objeto tão valioso.
O funcionário do galo era grande conhecedor do prédio, e passou alguns meses planejando o roubo.
Ele sabia que não poderia fazer o trabalho sozinho, e teve que chamar dois comparsas; Francisco José Rocha Rivera, o “Barbudo”, e José Luiz Vieira da Silva, o “Bigode”. O trio invadiu a sede, rendendo o vigia noturno. Rapidamente conseguiram arrombar o vidro e roubar a Julio Rimet, e mais três taças que estavam no local.
Solução do Crime

O crime gerou uma comoção nacional, todos os torcedores da seleção queriam ver uma solução rápida para o caso.
A pista principal veio de um bandido que sequer participou do crime. Antônio Setta, mais conhecido como “Broa”, era dos melhores arrombadores de cofres do Rio de Janeiro e acabou sendo peça chave para a solução do crime.
Em depoimento à polícia, Broa falou que tinha sido convidado por Sérgio Peralta para o crime, mas acabou não aceitando.
Tarde demais
Quando a polícia chegou aos culpados, a Taça já não existia mais. A peça tinha sido derretida pelo ouvires Juan Carlos Hernandez.
Outro fato inusitado foi que o ouro resultado da fundição foi aprendido, mas acabou sendo roubado da justiça durante o processo.
Julgamento

O julgamento do roubo da taça aconteceu em 1988. Sérgio Peralta, Barbudo e Bigode foram condenados a nove anos de prisão. Barbudo foi assassinado em 1989, enquanto esperava em liberdade condicional pela sua apelação à pena. Peralta foi preso apenas em 1994, deixando a cadeia três anos depois de sua entrada.
Bigode conseguiu fugir da justiça até 1995, depois de preso, ficou em regime fechado apenas três anos.
O ouvires Juan Carlos Hernandez nunca foi condenado por ter derretido a taça, mas acabou preso anos depois por tráfico de drogas.