Dia 12 de Maio, há vinte anos, o futebol brasileiro perdia um de seus maiores nomes. Waldir Pereira, mais conhecido como Didi, foi um dos melhores meias da história de nossa seleção, defendendo o Brasil em três copas do mundo: 1954, 1958 e 1962.
O Príncipe Etíope
Nelson Rodrigues, grande jornalista e dramaturgo brasileiro, apelidou Didi de “O Príncipe Etíope” pela sua técnica e classe. Ver Didi jogar era um verdadeiro colírio para os olhos. Sempre de cabeça em pé, criava jogadas para ele e todos seus companheiros.

Didi também foi um dos primeiros especialistas brasileiros em bola parada. O craque carioca inventou a batida “folha seca”, na qual a bola faz uma curva no meio de sua trajetória, enganando o goleiro.
Didi eternizou essa técnica em um gol contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958.
Clubes
Didi jogou em diversos times durante a carreira, mas foi no Fluminense e no Botafogo que deixou sua marca e foi reconhecido.
Fluminense

O Fluminense foi o time em que Didi jogou mais tempo sem interrupções de contrato. Entre 1949 e 1956, o craque participou de 298 partidas pelo tricolor carioca, fazendo no total 91 gols. Didi foi um dos nomes que levaram o Flu ao título do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio de 1952.
Didi também foi o primeiro jogador a marcar um gol pela seleção carioca no Maracanã.
Botafogo
Didi jogou no Botafogo ao lado de uma verdadeira seleção; Garrincha, Nílton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo também faziam parte deste time de ouro do alvinegro.

Didi fez 313 jogos pelo time, marcando um total de 114 gols. O craque participou de diversos títulos pelo Botafogo. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962. Venceu o Torneio Rio-São Paulo em 1962, e também no mesmo ano o Pentagonal do México. Em 1963, Didi levou o Fogão ao título do Torneio de Paris.
Didi na Seleção Brasileira
Didi jogou em três copas do mundo: 1954, 1958 e 1962. Trouxe os dois primeiros títulos da seleção em 58 e 62, sendo que na Copa da Suécia foi eleito o melhor jogador do torneio.

Didi fez um total de 68 jogos com a camisa do Brasil, anotando 20 gols.
Técnico
Didi também participou de uma Copa como técnico do Peru, em 1970, ano em que acabou vendo sua seleção perder para o Brasil por 4×2.

O atleta também foi técnico do seu ex clube Fluminense, em uma das fases mais vitoriosas do time, a equipe era conhecida como a “Máquina Tricolor”. Didi também foi técnico do seu querido Botafogo, mas acabou sendo substituído antes do término da temporada.
O atleta morreu em 2001, em decorrência de um câncer. Pela ironia do destino, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, apenas algumas centenas de metros do seu querido Maracanã.